domingo, 3 de março de 2013

Cidade identifica 107 bebês com tuberculose após surto em hospital


 

 



Por Marília Rocha
CAMPINAS, SP, 1 de março (Folhapress) - A Vigilância Sanitária de Campinas informou hoje que identificou 107 bebês infectados por tuberculose no hospital particular Madre Theodora. O caso é o segundo registro mundial de surto em recém-nascidos em um hospital.
Dezessete bebês nascidos em uma das alas da maternidade desenvolveram a doença, e 90 casos são latentes (com o bacilo, mas sem apresentação de sintomas).
A primeira fase da apuração do caso, concluída nesta semana, analisou 1.054 crianças que nasceram na ala 3 do hospital entre janeiro e junho de 2012. Era onde trabalhava uma funcionária que tinha tuberculose, mas não sabia.
O Departamento de Vigilância em Saúde descobriu, porém, mais uma criança que contraiu tuberculose, nascida em dezembro de 2011. Por isso, decidiu aumentar a investigação, mesmo sem saber se a infecção se deu dentro do Madre Theodora.
Nova apuração
Serão chamadas agora famílias de grávidas que tiveram filhos ali entre novembro e dezembro de 2011, também na ala em que trabalhou a funcionária.
Segundo o hospital, 282 crianças se enquadram nesse levantamento. As famílias serão contatadas pela administração para fazer exames e passar por atendimento.
Além delas, outras 577 famílias com bebês nascidos entre julho e outubro de 2011 serão procurados por telefone para saber se perceberam indícios da doença.
Isso porque o departamento de vigilância recebeu relatos de que outros dois bebês, com datas de nascimento em julho e agosto de 2011, já tinham sido diagnosticados com tuberculose e tratados.
Desde novembro do ano passado, equipes de saúde já sabiam previam ampliar a investigação, mas decidiram esperar a conclusão da primeira fase para não sobrecarregar o atendimento.
"Também porque vimos que todos os profissionais, tanto na rede pública quanto particular, estavam muito atentos a qualquer caso suspeito", disse a enfermeira Maria Alice Satto, do departamento de vigilância.
Para a diretora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, Maria do Carmo Ferreira, a possibilidade de se encontrar novos casos "é muito pequena".