Prisão foi efetuada em Assunção pelo governo paraguaio com apoio da PF.
Condenado a 278 anos de prisão, Abdelmassih era procurado desde 2011.
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O ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, foi preso nesta terça-feira
(19) em Assunção, capital do Paraguai, de acordo com a Polícia Federal
(PF). Ele foi preso por agentes ligados à Secretaria Nacional Antidrogas
do governo paraguaio com apoio da Polícia Federal brasileira.
Segundo a PF, após o procedimento de deportação sumária, Abdelmassih
dará entrada no Brasil por Foz do Iguaçu (PR), cidade na fronteira com o
Paraguai, e depois será transferido para São Paulo. O ex-médico era
considerado um dos principais especialista em reprodução humana no
Brasil. Após sua condenação e fuga, passou a ser um dos criminosos mais
procurados pela Polícia Civil do estado de São Paulo. A recompensa por
informações sobre seu paradeiro era de R$ 10 mil.
Denúncias e condenação
Roger Abdelmassih foi acusado por 35 pacientes que disseram ter sido
atacadas dentro da clínica que ele mantinha na Avenida Brasil, na região
dos Jardins, área nobre da cidade de São Paulo. Ao todo, as vítimas
acusaram o médico de ter cometido 56 estupros.
As denúncias contra o médico começaram em 2008. Abdelmassih foi
indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor. Ele
chegou a ficar preso de 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, mas
recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder o
processo em liberdade.
Em 23 de novembro de 2010, a Justiça o condenou a 278 anos de reclusão.
Abdelmassih não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas
corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de
responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando
ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade
de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele
deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia. Em maio de
2011, Abdelmassih teve o registro de médico cassado pelo Conselho
Regional de Medicina de São Paulo.
Médico alegava inocência
O ex-médico sempre alegou inocência. Chegou a dizer que só ‘beijava’ o
rosto das pacientes e vinha sendo atacado por um "movimento de
ressentimentos vingativos". Mas, em geral, as mulheres o acusaram de
tentar beijá-las na boca ou acariciá-las quando estavam sozinhas - sem o
marido ou a enfermeira presente.
Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação. De acordo com a
acusação, parte dos 8 mil bebês concebidos na clínica de fertilização
também não seriam filhos biológicos de quem fez o tratamento. As
informações são do G1.