quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Álcool faz mal? Adoçante é nocivo? Veja mitos e verdades sobre alimentação por


"Viver está difícil", brinca o endocrinologista criador da dieta dos pontos e professor da Universidade de São Paulo (USP), Alfredo Halpern, durante palestra no 1º Fórum Nacional de Nutrição. 
A dificuldade à qual Halpern se refere é porque há muito pouca coisa clara e certa no contexto da alimentação. Algumas coisas fazem bem, mas devem ser consumidas com equilíbrio, caso contrário fazem um mal danado. Além disso, com pesquisas em andamento, descobre-se mais benefícios e malefícios de muitas coisas, colocando os alimentos em posição de vilões ou mocinhos.
O glúten é o vilão da vez. Muitos famosos cortaram esse composto e afirmam que emagreceram, pois o glúten seria nocivo. Informação contestada pela medicina, que afirma que alimento só deve ser banido em quem tem a doença celíaca, cuja incidência gira em torno de 2% da população.
Mito: ovo faz mal. Segundo o endocrinologista, provou-se que não há nada de errado com o ovo. Antes, ele era considerado um grande vilão para o colesterol, mas agora se sabe que apenas quem já tem colesterol elevado deve evitar comer com frequência.
Verdade: tomar café da manhã faz bem. Segundo Halpern, por causa do horário biológico, alimentar-se bem de manhã realmente faz o corpo funcionar melhor.
Mito: álcool faz mal. O médico explica que o vinho tinto contém substâncias que fazem bem. Para o homem, duas taças por dia cumprem o papel e para as mulheres, uma taça.
Mito: chocolate faz mal. O chocolate gorduroso, em excesso, realmente faz mal. Mas o chocolate amargo é um excelente antioxidante e, se for consumido com moderação, traz benefícios à saúde.
Mito: carne faz mal. Segundo Halpern, a carne faz é bem, desde que consumida na quantidade correta. Contém proteína, zinco, vitamina B12, ácido fólico, mas deve ser consumida com moderação e equilíbrio, senão causa o efeito reverso: faz mal para o coração.
Parcialmente verdade: sal faz mal. Halpern diz que estudos mostram que se alguém saudável comer apenas os 6 gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde, pode fazer mal. O recomendado, para quem não é hipertenso, é consumir entre 8 e 10 gramas. “A ciência mostra que quem come pouco sal morre mais”. O brasileiro, no entanto, consome em excesso. A média no País é de 15g, o que é muito alto e pode matar.
Mito: comer muitas castanhas faz bem. O selênio é um excelente mineral, antioxidante, que faz bem ao organismo. No entanto, demais faz mal. No Brasil, que o solo é pobre em selênio, o ideal é suplementar o mineral comendo uma castanha-do-pará por dia.
Mito: comer bastante ferro faz bem. O ferro é essencial para o organismo, manutenção do sangue e sistema imunológico, mas, se é demais, faz mal. Por ser oxidante, ele “enferruja” o corpo por dentro, se for consumido em excesso.
Mito: Leite faz mal. Só faz mal para quem é intolerante à lactose, segundo Halpern. Fora isso, é uma fonte de cálcio que pode ser consumida.
Verdade: café faz bem. Em quantidades razoáveis, cerca de três xícaras por dia, o café e chás com cafeína podem ajudar na memória. Tomar muito, no entanto, pode agravar problemas de saúde.
Mito: as frutinhas terminada em “berries" ajudam a emagrecer. Que nada, elas são ótimas pelos antioxidantes, mas não queimam calorias. Nesta lista está inclusa a tão popular gojiberry.
Verdade: nenhum adoçante faz mal, todos são seguros. Segundo Alfredo Halpern, seja aspartame, sucralose, estévia ou outro que esteja regulamentado no País, ele não vai trazer malefícios. Ele diz que a pessoa deve encontrar o de sua preferência e fazer uso tranquilamente.
Mito: açúcar branco faz mal. Claro, se ultrapassar 10% da quantidade total de calorias ingeridas por dia, ele fará mal. Mas o vilão, na verdade, é a frutose presente em muitos alimentos industrializados, como nos refrigerantes de cola. Esta sim, em excesso, provocará danos no organismo em geral. O açúcar branco, no entanto, pode ser consumido com moderação. Inclusive esse pó açucarado tem índice glicêmico mais baixo que o pão francês.