sexta-feira, 3 de julho de 2015

Heroína dos cães de Yulin (China) conta que vendeu casas e rompeu com filho

Festival chinês tem carne de cachorro como principal atração29 fotos

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20.jun.2015 - Yang Xiaoyun, 63, negocia com vendedora para comprar cães durante o Festival de Carne de Cachorro de Yulin, no sul da China. A idosa já gastou mais de US$ 70 mil para salvar centenas de animais que virariam comida no evento Leia mais AFP
Yang Xiaoyun, 66, recentemente virou notícia depois que salvou centenas de cães e gatos que seriam mortos para virar comida no Festival de Carne de Cachorro de Yulim, no sul da China. Desde então, a ativista tornou-se um símbolo da luta a favor dos direitos animais.
Em entrevista ao tabloide britânico "Daily Mail", publicada nesta quinta-feira (2), ela contou que já gastou mais de US$ 70 mil e vendeu duas casas da família para financiar abrigos de cães em Tianjin, no nordeste do país, onde mora. Tal atitude lhe custou ficar três anos sem falar com o filho, que viu sua herança ir embora.
Ela atua no evento desde 2013, quando gastou US$ 24 mil para salvar 300 animais. Neste ano, devido à crescente indignação por causa do festival e à queda do negócio da carne de cachorro, muitos comerciantes optaram por vender os animais a Yang, em vez de sacrificá-los. Ela gastou quase US$ 50 mil para salvar 500 cães e 100 gatos.
Todo ano, 10 mil cães, e dezenas de gatos, são consumidos na festa, que marca o solstício de verão. Segundo a ativista, os animais são mortos de forma brutal: os vendedores os abatem com marteladas na cabeça e tem seus intestinos arrancados enquanto ainda estão vivos.
Alguns comerciantes foram acusados de maltratar os animais justamente para que ativistas paguem um preço inflacionado por eles. "Todos eles [vendedores] me conheciam e subiram os preços, sabendo que eu iria comprar os animais", disse Yang, que soube também que mensagens com ameaças de morte contra ela circulavam em um aplicativo similar ao WhatsApp.
Segundo ela, comer carne de cachorro não pode ser considerado tradição na China. "É um mau hábito, como nos tempos antigos, quando as mulheres tinham seus pés atados".
"Quero divulgar o amor das pessoas pelos cachorros mediante a construção de refúgios para estes animais e abrindo restaurantes vegetarianos", declarou ao jornal oficial chinês. As autoridades chinesas porém rejeitaram seu plano para construir um refúgio para cachorros em Yulin, por isso ela foi obrigada a montar um abrigo temporário para cães numa estrada remota, de onde transporta os cachorros para Tianjin
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